Codificação
O Livro dos Espíritos – 1857
É o marco inicial de uma doutrina que trouxe uma profunda repercussão no pensamento e na visão de vida de considerável parcela da Humanidade, desde 1857, data da primeira edição francesa.
Estruturado em quatro partes e contendo 1.019 perguntas formuladas por Allan Kardec aos Espíritos e as respostas dadas pelos mesmos, aborda os ensinamentos espíritas, de uma forma filosófica, lógica e racional.
Divide-se em quatro partes, forma usual de divisão didática dos livros na época.
- A primeira parte versa a análise das causas primárias: Deus, espírito e matéria, o princípio vital da criação. O Universo é o campo de estudo.
- A segunda parte contempla o mundo dos Espíritos, a encarnação, a desencarnação, a missão e a ocupação dos Espíritos e o seu relacionamento com o mundo físico. Prevê ainda conceitos e suas explicações, demonstrativos de que Kardec se utilizou do método científico de observação, de comparação e de análise para o estudo.
- Terceira parte é sobre a Lei Natural subdividida em dez Leis Morais que atuam nas relações entre os homens e regulam o Universo: Lei de Adoração, do Trabalho, de Reprodução, de Conservação, de Destruição, de Sociedade, do Progresso, de Igualdade, de Liberdade e Justiça Amor e Caridade.A terceira parte engloba a lei natural, subdividida em dez leis morais que tutelam as relações entre os homens e regulam o Universo: Lei de Adoração, do Trabalho, de Reprodução, de Conservação, de Destruição, de Sociedade, do Progresso, de Igualdade, de Liberdade e Justiça Amor e Caridade.
- A quarta e última parte do livro trata das esperanças, das consolações e da Lei de Causa e Efeito, ou seja, das consequências dos nossos atos e a repercussão destes na vida física e principalmente na vida espiritual.
O Livro dos Médiuns – 1861
Esta obra básica contém o“ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os géneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo”.
É considerada a parte experimental do Espiritismo.
Tem como referencial o fenómeno das mesas girantes, facto a que Allan Kardec foi inicialmente refratário, e que, após uma investigação que durou dois anos se convenceu da veracidade dos fenómenos, vendo na mediunidade o meio consistente de os explicar.
De leitura e consulta indispensável para os espíritas, este livro será sempre uma preciosa fonte de conhecimento também para qualquer pessoa indagadora e atenta ao fenómeno mediúnico, que se manifesta crescentemente no mundo inteiro, dentro ou fora das atividades espíritas.
O Evangelho Segundo o Espiritismo – 1864
Esta obra encerra a essência do ensino moral de Jesus e pode ser entendida como a parte ética e moral da doutrina espírita.
Encerra ainda um conjunto de ensinamentos de cunho moral transmitidos por Espíritos Superiores, organizados e comentados por Allan Kardec e sintetizados em conselhos importantes sobre a conduta humana face às dificuldades e às dúvidas da vida terrena.
É um roteiro seguro para uma mudança interior, objetivo apontado pelo Cristo como indispensável para se alcançar a felicidade vindoura, a paz interior, essa conquista que somente a observância plena das leis divinas pode proporcionar ao Espírito na sua caminhada evolutiva até à angelitude.
O Céu e o Inferno – 1865
Ou «A Justiça Divina Segundo o Espiritismo» é um minucioso exame sobre a passagem do mundo físico ao mundo espiritual, as recompensas e as penas futuras, os anjos e os demónios, com exemplos sobre a situação do ser humano após a morte do corpo físico.
O seu principal intuito é explicar a justiça de Deus à luz da doutrina espírita, objetivando demonstrar a imortalidade do Espírito e a condição que este usufrui no mundo espiritual, como consequência dos seus próprios atos.
Divide-se em duas partes:
- A primeira, mostra factos como a morte de crianças, de seres nascidos com deformações, de acidentes coletivos e uma gama de problemas que só a imortalidade da alma e a reencarnação explicam satisfatoriamente.
- A segunda é resultante de um trabalho prático que reúne exemplos acerca da situação da alma durante e após o desencarne. Aí estão depoimentos de criminosos arrependidos, de espíritos endurecidos, de espíritos felizes, medianos, sofredores, suicidas e em expiação terrestre.
A Génese – 1868
“A doutrina espírita resultou do ensino coletivo e concordante dos espíritos. A ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o futuro são o presente.”
(Epigrafe de A Gênese)
Os assuntos apresentados nos dezoito capítulos desta obra têm como base a imutabilidade das leis divinas.
Conhecido e estudado, é um livro que proporciona uma oportunidade excecional de imersão em grandes temas de interesse universal, abordados de forma lógica, racional e reveladora.
Divide-se em três partes:
- A primeira analisa a origem do planeta Terra, de forma coerente, fugindo às interpretações misteriosas e mágicas sobre a criação do mundo.
- A segunda aborda a questão dos milagres, explicando a natureza dos fluidos e os factos extraordinários contidos no Evangelho.
- Na terceira enfoca as predições do Evangelho, os sinais dos tempos e a geração nova, que marcará um novo tempo no mundo, com a prática da justiça, da paz e da fraternidade.
OBRAS QUE COMPLEMENTAM O PENTATEUCO DA DOUTRINA ESPÍRITA
O que é o Espiritismo
As pessoas que só têm conhecimento superficial do Espiritismo são, naturalmente, inclinadas a formular certas questões, cuja solução podiam, sem dúvida, encontrar em um estudo mais aprofundado dele; porém, o tempo e, muitas vezes, a vontade lhes faltam para se entregarem a observações seguidas. Antes de empreenderem essa tarefa, muitos desejam saber, pelo menos, do que se trata e se vale a pena ocupar-se com tal coisa. Por isso, achamos útil apresentar resumidamente as respostas a algumas das principais perguntas que nos são diariamente dirigidas; isto será, para o leitor, uma primeira iniciação, e, para nós, tempo ganho sobre o que tínhamos de gastar a repetir constantemente a mesma coisa.
(Allan Kardec)
Obra sempre atual, útil aos adeptos da doutrina espírita, como também àqueles que desejam conhecer a natureza do Espiritismo e a definição dos seus pontos fundamentais. A lógica e o bom senso de Allan Kardec aí se evidenciam, desconcertando os negativistas e clareando as indagações dos que acreditam e aspiram à vida superior.
- O primeiro, sob a forma de diálogos com um crítico, um cético e um padre, traz respostas àqueles que desconhecem os princípios básicos da Doutrina, bem como apropriadas refutações aos seus contraditores.
- O segundo expõe partes da ciência prática e experimental, caracterizando-se como um resumo de «O Livro dos Médiuns».
- No terceiro, é patenteado o resumo de «O Livro dos Espíritos», com a solução apontada pela doutrina espírita, de problemas de ordem psicológica, moral e filosófica.
Contém também a biografia de Allan Kardec, da autoria de Henri Sausse.
Obras Póstumas
Esta obra foi publicada após o desencarne de Allan Kardec.
Nas primeiras páginas está a biografia de Allan Kardec, seguida do discurso que Camille Flammarion pronunciou aquando do seu sepultamento.
Reunindo importantes registos deixados por Allan Kardec acerca de pontos doutrinários e fundamentação do Espiritismo, este trabalho divide-se em duas grandes partes:
- A primeira aborda assuntos como: caráter e consequências religiosas das manifestações dos Espíritos, as cinco alternativas da Humanidade, questões e problemas, as expiações coletivas, liberdade, igualdade, fraternidade, música espírita, a morte espiritual, a vida futura, etc.
- A segunda inclui apontamentos em torno da iniciação espírita e o roteiro de missão de Kardec, assim como uma “exposição de motivos”, apresentada na “Constituição do Espiritismo”, como precioso legado do mestre lionês às sociedades espíritas do futuro.
Revista Espírita
Periódico mensal, a Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos – circulou pela primeira vez em Paris, no dia 1 de janeiro de 1858, e foi publicada sob a responsabilidade direta de Allan Kardec até ao seu desencarne, ocorrido em 31 de março de 1869, passando, a partir de então, a ser administrada pelos seus continuadores.
Allan Kardec transformou-a numa espécie de tribuna livre, na qual sondava a reação dos homens e a impressão dos Espíritos acerca de determinados assuntos, ainda hipotéticos ou mal compreendidos, enquanto lhes aguardava a confirmação, utilizando o critério da concordância e da universalidade do ensino dos Espíritos.
Inúmeros capítulos dos livros básicos da Doutrina, na íntegra ou com pequenas modificações, vieram à luz por meio da Revista Espírita.
Pelas suas páginas desfilam os assuntos mais diversos, desde a fenomenologia mediúnica nos seus variados matizes, até às dissertações da moral, a vida no mundo espiritual, a sorte futura reservada aos que praticam e aos que não praticam o bem, a justiça da reencarnação, a bondade e a misericórdia divinas, enfim, os princípios fundamentais em que assenta o Espiritismo.